“Quem mora ali no morro sabe que há medo, há angústia, há de¬sespero. Mas também há um desejo enorme de superação. Superar a violência, superar o preconceito de morar num dos locais mais violentos do Rio de Janeiro, superar a falta de perspectivas. [...] Mas, ao contrário do que muita gente imagina, eu amo a minha vida aqui. Posso dizer que tive uma infância feliz e que hoje me sinto realizado ao fazer um trabalho de incentivo à leitura com gente da minha co¬munidade. Sei, por experiência própria, que as crianças daqui têm uma visão muito estreita do mundo. Quase não saem da favela. [...] Ficam presas aqui dentro. Foi a leitura que me libertou dessa pri¬são. Tudo isso me levou a receber o Prêmio Faz Diferença, do jornal O Globo, em dezembro de 2008. A reportagem também estampou o apelido pelo o qual muita gente me identifica hoje em dia: ‘O Livreiro do Alemão’. Uma história que co¬meça no meio de um monte de sacos de lixo.
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